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Foto do escritorNucleo Terreno

Os extremos na dança Butô


No universo que permeia o Butô, parece existir dois extremos a serem evitados.

Motoya Kondo e Tiziana Longo, fundadoras da companhia de dança Motimaru, acreditam que um desses extremos surge do pensamento de que o Butô é apenas uma dança com movimentos livres, da maneira como você sente, sem nenhuma técnica ou método, e principalmente sem investigar e entender muitos princípios universais que estavam por trás dos fundadores dessa dança. "Quanto mais técnicas são aplicadas, mais elas deixam de lado o que é essencial. Não estamos vivendo e morrendo confiando em técnicas! Portanto, dance com a alma!": Palavras muito verdadeiras vinda de Kazuo Ohno, mas que se seguirmos literalmente, como Motimaru explana, provavelmente não estaremos dentro da liberdade real, mas sim repetindo os padrões habituais do movimento. E é importante estar ciente de que Ohno era um bailarino altamente treinado, com ótimas técnicas. Além de possuir contato com a dança moderna e a dança expressionista alemã. Portanto sua dança e seu corpo, mesmo que não demonstrasse um método organizado, possuía uma enorme consciência corporal e espacial, além da percepção do uso de diferentes partes do corpo.

Quando Kondo e Longo conversaram com Suzanne Linke, uma das grandes inovadoras do Tanztheater, junto de Pina Bausch, ela dizia o quanto os jovens bailarinos perdem a preparação básica antes de se aventurar pela improvisação. Mas o que podemos entender disso? Há fortes críticas a mera exibição de técnicas clássicas e modernas, e em contraponto a isso vemos a negação total da técnica. Para o Butô, segundo Motimaru, devemos preparar o nosso corpo por meio dos princípios básicos para então nos permitir ir além da mera demonstração de técnicas, isso nos levará a liberdade real e profunda existência a ser revelada no palco. O método e a técnica não sobressaem a essência, e sim nos ajudam a revelá-la.

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